sexta-feira, 2 de outubro de 2015

REFUGIADOS NO BRASIL

De acordo com o CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), até outubro de 2014, o Brasil recebeu 7.289 refugiados reconhecidos, de 81 nacionalidades distintas. O movimento deles pelo Brasil gerou discussões, noticias e estudos. Hoje são eles quem dizem e é só por uma palavra: obrigado!
Eles resolveram retratar o sentimento de gratidão através de uma música e um videoclipe gravados em São Paulo, onde contam porque saíram de seus países. A função do vídeo é explicar o que é um refugiado, quebrando barreiras e preconceitos existentes.

A produção do vídeo, que durou 10 meses, teve participação de mais de 50 refugiados de 12 países – como Síria, Nigéria e Congo – em todas as suas etapas, como composição da música, roteiro e edição de imagens.

No vídeo, os refugiados simulam sua chegada a São Paulo e falam sobre o que sofriam em sua terra natal, citando casos de perseguição e guerra. “O Brasil nos dá mais segurança. Nós somos muito mais felizes agora”, cantam. Ao final, eles agradecem a hospitalidade no país.

Confira o vídeo:


FONTE: http://nossacausa.com/refugiados-gravam-musica-para-agradecer-abrigo-no-brasil/

HAITI - Caetano Veloso e Gilberto Gil

Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se os olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada:
Nem o traço do sobrado
Nem a lente do fantástico,
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do pelô, e se você não for
Pense no Haiti, reze pelo...
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui
E na TV se você vir um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer, qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
Do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua sobre um saco
Brilhante de lixo do Leblon
E ao ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti, reze pelo
O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

OS CAMINHOS DA IMIGRAÇÃO

Nos últimos encontros de Discussão do Blog Nossa Voz foi trazido a temática do Imigrantes/Refugiados, que estamos percebendo estarem cada vez mais presentes em alguns locais da cidade e mesmo em serviços de atendimento social como o Centro POP. Um dos questionamentos iniciais foi se a oferta de apoio a estes imigrantes não poderia concorrer com os mesmos recursos públicos disponíveis para as pessoas que estão vivendo em situação de rua, sem moradia.

Fomos aprofundando o debate e percebemos que, se podíamos notar a presença dos imigrantes no Centro POP, da Assistência Social, não percebíamos esta aqui em nosso CAPS AD.
Vários de nossos usuários já tiveram contatos com um ou outro imigrante, e o debate foi ficando interessante, ao mesmo tempo que fomos nos dando conta que pouco conhecíamos sobre eles e o que fazem por aqui.

Na busca de algumas informações sobre o fenômeno migratório que temos observado na cidade, fomos buscar dados na mídia para estimular o debate e propiciar mais entendimento.
Encontramos alguns dados interessantes:

Se os refugiados estão bastante espalhados pelo país, existem alguns locais em que tem se concentrado, como o Estado de São Paulo, que concentra 36% dos pedidos de refúgio, Acre (16%), Rio Grande do Sul (11%) e Paraná (7,5%).

No Acre, que é uma importante rota de acesso dos imigrantes ao Brasil, o número de estrangeiros é bastante significativo, ainda mais se tratando da pequena população deste estado.
Entre 2010 e 2014 o número de pedidos de refúgio no Brasil cresceu 2.131%, ou seja, subiu de 1.165 para 25.996, segundo informa Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça.


Porque vem ao Brasil?
“a maioria dos novos imigrantes vem por conta própria, ingressando de forma ilegal. Depois fazem pedido de refúgio, instrumento legal para um estrangeiro permanecer no Brasil, alegando perseguições políticas (caso Bangladesh e de Gâmbia) ou questões humanitárias (caso do Haiti, empobrecido mesmo antes do terremoto que o devastou, em janeiro de 2010).”
“Mas o maior motivo das migrações é econômico, sobretudo em relação a Gana, Senegal e República Dominicana; seus habitantes querem é fugir da falta de trabalho e de dinheiro”


A quem interessa este fluxo migratório?
Aos imigrantes, aos empresários quando encontram escassez de mão de obra brasileira?




Fontes de informação:




Onde buscar mais informações:


ACNUR – agência da ONU para refugiados