quinta-feira, 1 de junho de 2017

Audiência Pública trata sobre a luta antimanicomial e a necessidade de uma reforma psiquiátrica





Nesta segunda-feira dia 29 de maio, aconteceu no Plenarinho da Alesc, a Audiência Pública “Luta Antimanicomial: A Reforma Psiquiátrica ainda é necessária!”. Iniciativa do deputado Cezar Valduga, Presidente da Comissão de Legislação Participativa da Assembleia Legislativa, a audiência contou com a presença de representantes de entidades, movimentos sociais, gestores públicos, psicólogas(os), profissionais da área da saúde, estudantes e usuários da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Vale lembrar que, em 2017 o Brasil alcança 30 anos de luta por uma sociedade livre de manicômios. Este movimento foi – e ainda é – protagonizado por familiares, usuários, profissionais e militantes da saúde mental. Sendo que, o ápice da luta se deu com a promulgação da Lei nº 10.216 de 2001, que trata sobre a proteção e o direito da pessoa portadora de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. A lei impulsiona a luta pela reforma psiquiátrica no Brasil e tem como princípio a construção de uma rede substitutiva à hospitalização como sendo o principal recurso de atenção ao sofrimento psíquico severo e persistente; além de atribuir ao Estado a responsabilidade pelo desenvolvimento e pela efetivação das políticas e ações de tratamento.
Conforme Rosilene Brasil Alves, coordenadora Estadual de Saúde Mental um dos principais desafios vivenciados é fazer com que profissionais e gestores tomem conhecimento da história desta luta, pois somente assim é possível entender de fato qual a verdadeira razão da rede. Henrique Borges Tancredi Médico-psiquiatra e diretor do Hospital Santa Tereza, de São Pedro de Alcântara, um dos idealizadores do primeiro CAPs em Santa Catarina - a primeira iniciativa extra-hospitalar no estado - reitera que este momento é afirmativo quanto à Reforma Psiquiátrica nos seus preceitos, pois o cenário não se apresenta favorável. A reforma precisa ser efetivada em todos os sentidos, com a criação de novos CAPs e o fortalecimento da estrutura como um todo, segundo ele. Assim, entende-se que é preciso construir ações propositivas e afirmativas, fazendo um contraponto aos ataques à RAPS e criando um espaço para avançarmos em defesa dos serviços substitutivos. E esta luta precisa ser em conjunto!
Como encaminhamentos desta audiência podem ser citados: o fortalecimento das parcerias com universidades, movimentos sociais e parlamentares junto à Frente Pela Reforma Psiquiátrica e, principalmente, a produção de um Relatório a partir desta audiência. Este documento será propositivo à abertura imediata do CAPs 3 em Florianópolis; à exigência de que o Conselho Estadual de Saúde (CES) tome providências cabíveis no que se refere ao processo de desinstitucionalização do atendimento psiquiátrico em Santa Catarina; à destinação de recursos à RAPS; à fiscalização, via Frente Parlamentar Catarinense pela Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial e Defensoria Pública, quanto ao fechamento das instituições psiquiátricas; à  articulação da V Conferência Estadual de Saúde Mental. O relatório será publicizado nas mídias do CRP-12 em um link que possibilitará a alimentação com assuntos relacionados ao tema. 

Confiram também a reportagem feita pela Alesc: https://www.youtube.com/watch?v=WfY8LNAkM5c#action=share.

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